O dia 9 de julho é feriado estadual em São Paulo, celebrando a Revolução Constitucionalista de 1932. Para muitos paulistas, o movimento representa um dos atos cívicos mais importantes do Estado. A data foi oficialmente instituída como feriado em 1997, por Mário Covas, na época, governador de SP. Há 93 anos, no mesmo dia, a sociedade paulista se revoltava contra Getúlio Vargas, que, em 1930, assumiu o governo, centralizando o poder. Ele anulou a Constituição de 1891, dissolveu o Congresso e nomeou interventores estaduais.
Para São Paulo, a revolta tinha um foco: exigir uma nova Constituição e eleições presidenciais — o que fez a luta, por sua vez, ser nomeada como “Constitucionalista”. Alguns meses antes, em maio de 1932, a revolta em São Paulo se intensificou. Quatro estudantes – Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo – foram mortos em protestos contra o governo federal. Eles se tornaram o símbolo do movimento batizado de MMDC. A sigla permanece até hoje como memória dos chamados mártires da revolução.
O levante armado teve início em 9 de julho de 1932, com a mobilização de forças militares e civis paulistas, que se confrontaram com as tropas federais enviadas por Vargas. O confronto, que durou quase três meses, mobilizou cerca de cem mil combatentes, com intensos combates em diversas regiões do estado de São Paulo, inclusive na região de Santa Cruz do Rio Pardo.
A Revolução teve participação significativa em Santa Cruz do Rio Pardo, onde a população local se mobilizou intensamente. Os voluntários se alistavam no coreto da atual praça Leônidas Camarinha, demonstrando o fervor cívico da cidade durante o conflito. A população de Santa Cruz do Rio Pardo aderiu em massa à causa constitucionalista, com voluntários se alistando para lutar.
Santa Cruz do Rio Pardo, assim como outras cidades da região, recebeu soldados paulistas que lutaram na Revolução, demonstrando o envolvimento da região no conflito.
A cidade de Chavantes, vizinha a Santa Cruz, também foi palco de conflitos, com soldados paulistas utilizando a ponte pênsil para tentar conter as tropas federais.
A cidade demonstrou sua capacidade de mobilização ao construir, com recursos próprios, um ramal ferroviário até Bernardino de Campos, buscando superar o isolamento e garantir o apoio à revolução.
Apesar da derrota de São Paulo pelas tropas federais, historiadores apontam a relevância do movimento. Grande parte das exigências dos paulistas foi atendida posteriormente, como a eleição de uma Assembleia Constituinte e a reabertura do Congresso em 1933, para a criação de uma nova Constituição. Por essa razão, 9 de julho é feriado apenas em São Paulo.
Deixe um comentário