A terça-feira (25) amanheceu com policiais caminhando em silêncio pelas ruas ainda molhadas pelo sereno em Santa Cruz do Rio Pardo. Às 6h30 da manhã, duas batidas simultâneas abriram o expediente da lei na cidade. O tipo de operação que não precisa de sirene. Os endereços eram certeiros e o fator surpresa, primordial. A operação foi desencadeada pela Polícia Civil de Santa Cruz apoio do Canil da PM e Força Tática.
No Conjunto Habitacional Frei José Maria Lorenzetti, na avenida Santos Dumont, *Rico Baron, dormia quando a polícia tocou a campainha sem aviso. O mandado era antigo, as denúncias também. Dentro da mochila, na beira da cama, estavam as provas do comércio ilegal: porções de maconha, uma pedra pequena de cocaína, uma faca com vestígios de droga e uma balança de precisão. No quintal, mais droga. O tráfico funcionava a menos de quarenta metros da escola municipal Sebastião Jacyntho da Silva.
Rico não reagiu. Foi preso. Na mesma casa, seu cunhado Jacó explicou que sua porção de 2,66 gramas de maconha era para consumo próprio. Foi ouvido, registrado e liberado, como quem vê o trem passar e agradece por não ter sido atropelado dessa vez. Resultado da operação: além da prisão de Rico, 96,4 gramas de maconha, 1,5 grama de cocaína, dois celulares e demais utensílios do tráfico apreendidos.
Praticamente no mesmo bairro, a 700 metros do primeiro endereço, quase ao mesmo tempo, outra porta cedeu ao peso das botas. Rua José Félix Majone, Jardim Vista Alegre. Casas geminadas, quintal dividido apenas por uma parede de vinte centímetros de tijolos.
Na parte da frente, Clemente Siqueira, guardava 24 porções de maconha e duas de cocaína, todas embaladas. No tênis sobre o armário, mais pacotes. No bolso, dinheiro miúdo. Do outro lado da parede, Hendriz Cunha mantinha 33 porções de cocaína prontas para venda.
Resultado da operação: 40,6 gramas de maconha, outras 24 gramas de cocaína e 7 gramas de crack, acondicionadas em mais de 60 papelotes prontos para a venda. Três celulares e pouco mais de R$ 360 também foram apreendidos.
A polícia chegou antes dos clientes. Os celulares apreendidos vibravam no saco lacrado enquanto o delegado assinava o flagrante e os agentes comentavam a coincidência das duas ações: a boca do tráfico no Vista Alegre também operava perto de uma escola, a cerca de 100 metros da “Criança Feliz”.
Nas batidas, nenhuma bala disparada. Nem foi preciso. A investigação já falava antes dos interrogatórios. No início da tarde, Rico, Clemente e Hendriz foram levados para a cela do plantão policial, onde aguardariam a audiência de custódia.
* Os nomes que constam no B.O. foram trocados para preservar a identidade dos envolvidos.

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