Inquérito que investigava denúncias do vereador Professor Duzão contra o ex-vereador Lourival Heitor foi arquivado por falta de provas pelo Ministério Público de Santa Cruz do Rio Pardo. A decisão foi assinada pelo promotor Renato Fillis e salienta que as acusações de Duzão foram baseadas em boatos. Em maio deste ano, em entrevista ao jornalista Dário Miguel, na rádio 104FM, o vereador Duzão, sem citar nomes, disse que o ocupante de um cargo na Santa Casa fazia esquemas para receber 20% em cima de contratações de serviços e compras para a saúde. Inevitavelmente o nome de Lourival Heitor, que ocupava cargo na gerência da Santa Casa, veio à tona. No mesmo dia da entrevista de Duzão, diretores da Santa Casa, incluindo Lourival Heitor, vieram a público e se reuniram com representantes do Ministério Público pedindo para que as denúncias fossem apuradas com rigor. Foi o primeiro sinal de que Duzão estava trucando sem cartas.
Duzão teria ouvido a história do suposto esquema em uma reunião política na casa do ex-prefeito Diego Singolani. “Eu não sou cara de 20%, viu alguém que está na Santa Casa. Que se reúne lá no Posto Kafé para pegar 20% em cima de valores a serem contratados. O senhor fica esperto que o senhor vai parar atrás das grades”, declarou Duzão na entrevista. “Tem gente podre na Santa Casa. Pessoa que está lá deitada numa UTI, próxima à morte e gente ganhando 20% em cima de contratos, fazendo almocinho em posto. Eu não quero estar ao lado desse tipo de gente na política. Por isso que estou fora. Aguardem”, ressaltou o vereador, que prometeu enviar a denúncia ao Ministério Público.
O MP decidiu investigar e ouvir diversas testemunhas, incluindo Duzão, o ex-prefeito Diego Singolani, prestadores de serviços e funcionários da Santa Casa. Segundo o relatório, nenhuma delas confirmou a prática de cobrança de propina. O médico Gustavo Henrique de Araújo Ribeiro, apontado como envolvido no encontro com Lourival no Posto Kafé, declarou que tratou apenas de valores em atraso e negou qualquer pedido de vantagem indevida. Documentos anexados ao processo, como notas fiscais, comprovantes de pagamento e contratos de prestação de serviços, também não apontaram irregularidades.
“O crime de corrupção passiva não pode ser fundamentado apenas em fofocas. É necessária a comprovação de que houve pedido, recebimento ou promessa de vantagem indevida por parte de funcionário público, o que não ocorreu no caso”, destacou o promotor na decisão.
Procurado pelo Diário Cidadão. Lourival não se manifestou e não informou se pretende acionar Duzão na Justiça.
MAIS BOMBAS
Na mesma entrevista à 104 FM Duzão declarou que não será mais candidato a vereador. “Não participo mais de corjas. Minha palavra não volta atrás. Bastão tem que ser passado e o bastão vai ser passado. (Meu) segundo e último mandato para alegria de alguns pilantras e para a tristeza de um monte de gente, em relação a um mandato combativo. Estou me despedindo dessa corja.”
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